TEMPO ESQUIZOFRÊNICOS
No último dia 14 assistimos mais "um momento de pleno constrangimento" na "sabatina dos presidenciáveis" no Jornal Nacional. Não obstante o constante bate-boca vemos como se fossem três esquizofrênicos em surto debatendo alguns pontos dissonantes.
Diante do conceito de separação Igreja e Estado temos por senso comum imaginar que isto se aplica a realidade brasileira. Grosseiramente supomos que o Estado segue seu rumo sem interferir nos rumos da Igreja. Pierucci já afirmava que os moldes da Constituição de 1988 colocava a Liberdade Religiosa sobre a tutela do Estado Brasileiro. Pierucci se referia a isto a um
status quo de Liberdade Limitada ou Vigiada. Nestes últimos anos, incluindo as reformas do Código Cível as igrejas e todas as outras organizações religiosas não tem mais recebido sequer um metro quadrado de alguma área pública para construção de seus templos. Até em novos empreendimentos imobiliários as áreas públicas não podem mais ser destinadas a construção de templos. Esta nova realidade não atinge de cheio aos protestantes que conforme Aníbal desde o século XIX se organizam e compram seus terrenos.
Porém as exigências em nome da civilidade tem em muito dificultado a vida de líderes religiosos que não tem nada a temer. As Exigências Cartoriais tem obrigado comunidades centenárias a reformar seus estatutos pois não conseguem reconhecer mais a autenticidade das assinaturas de seus pastores ou membros que morreram há algumas décadas. Este ano fui atendido na triagem do cartório de nossa cidade e precisei incomodar o Juiz Corregedor. A atendente se recusava em aceitar nossa Ata de eleição da Diretoria para este ano pois não estava em minhas mãos a Ata de Reunião do Condomínio- isto mesmo! Tentei explicar, mas não adiantou. Apenas com o Corregedor. Algumas semanas depois tudo em ordem e um pedido de desculpa. Perdemos semanas com nossos recursos bloqueados, apenas para contemplar a necessidade e prerrogativa de condomínio residencial. As áreas públicas que citei anteriormente hoje são doadas aos "Coletivos de Minoria." Em nossa cidade o Coletivo de Luta pelo direito da mulher Caribenha recebeu em um empreendimento mais de 600 metros de área para defender uma causa tão relevante aqui no interior de São Paulo. Uma esquizofrenia seletiva que faz o país sofrer.
Por exemplo: Haddad foi questionado sobre a instituição Partido dos Trabalhadores - PT por ter em seus afiliados um número considerável de pessoas afiliadas a este hoje investigadas pelos escândalos de corrupção. Aqui sou solidário ao Haddad, ele poderia simplesmente dizer que as instituições quaisquer que seja é inocente a prática de seus afiliados. Excluindo as Organizações Criminosas que podem até funcionar com a sofisticação de Instituição porém não o são. Bastava a Haddad dizer: "não me posiciono sobre assuntos de terceiros em fase de investigação ou recurso. Gostaria de falar de falar de minhas propostas" .Arrisco que Haddad conseguirá junto com Ciro naufragar esquerda brasileira. Morrerão abraçados no mesmos baluarte.
O
status quo de Liberdade Vigiada que o Estado confere a religião tem reduzido o espaço de ação da religião sobre os membros do Estado. O cristão dentro deste pensamento constitucional tem se obrigado a ter uma "dupla pertença": o ser cristão e o ser cidadão. Como cidadão este abre mão de princípios cristãos para aceitar princípios de estado. Observamos isto no antigo debate sobre a ideologia de gênero. Um grupo conseguiu em partes suprimi-la mas todos os dias vejo alunos do ensino superior colocando no altar do conhecimento artigos, teses entre outros textos favoráveis a esta corrente de pensamento. Outro ponto sacrificado é a moral cristã diante da "justiça social".
Abortos, imoralidades sexuais, pacifismo todos são oferecidos pelos cristãos diante do altar da civilização moderna.
Por fim como cristão, sem ofender a integridade de minha fé, proponho uma agenda que norteie seu voto. 1- Liberdade Religiosa plena sem legislação acessória invasiva (uso de solo, construção e etc.)Sobre a liberdade religiosa e separação igreja e estado. Não conhecemos liberdade religiosa. Esta Liberdade oriunda da Constituinte de 1988 tem um status de liberdade vigiada. As Igrejas são livres dentro de uma série de exigências federais, estaduais e municipais. Para ilustrar uma Igreja Presbiteriana de nossa cidade com pouco mais de 80 membros teve dentre outras exigências para que fizessem uma reforma em seu modesto templo várias exigências descabidas. Dentre elas um número desproporcional de vagas de estacionamento de carro (cerca de 40 - ou seja cada duas pessoas que viessem a igreja elas viriam de carro), além destas vagas foram exigidas mais uma vaga para ônibus (serei irônico - normalmente igreja com 80 membros recebem semanalmente um ônibus com 40 passageiros, desta forma teria-se que se rever a média anterior: 1 carro para cada pessoa e as outras 40 restante seriam obrigadas a vir de ônibus) somada ao absurdo de mais uma outra vaga exclusiva para caminhão. A justificativa é que as igrejas utilizam estes veículos para transportar seus equipamentos em atividades. Como se a Igreja precisasse deu uma vaga para atender a demanda constante de ônibus de turismo e caminhão (?) e isto para não prejudicar a vizinhança. A pretensão era construir um tempo mais moderno e confortável e o "legislador - vigilante" exigiu uma rodoviária, terminal de carga e um amplo estacionamento.
2- A radical negação do aborto. Apoiar o aborto é apoiar o assassinato por motivos pragmático. Apenas um candidato foi taxativo: "se for aprovado eu veto." As missões transculturais em nosso país (voltada para as tribos indígenas) na últimas década tem piorado. Os missionários em tribos indígenas convivem com uma rotina de abortos culturais entre estes povos e o sacrifício de crianças indesejadas. Por interferirem nesta prática ancestral, portarias da FUNAI anualmente foram restringindo Pastores de fora da tribo a até o ponto de não poderem mais pregar, visitar ou mesmo se hospedar nas tribos indígenas. Foram expulsos e estão proibidos. Os pastores indígenas nas tribos são constantemente obrigados a "sincretizar as deidades indígenas com as cristãs".
3 - Direito a Defesa. Aqui são pontos distintos de um mesmo direito. Você ter uma arma não garante seu direito a defesa. A defesa está no monopólio do estado.
Afinal de contas em quem poderemos voltar que erá capaz de garantir ao cidadão a possibilidade de se defender? Que Proibirá o aborto? Que propõe uma nova constituinte com um Estado Menor?
Por outro lado viu se em Haddad um profundo desprezo pela paz e conciliação nacional - Eles irão a forra.
Deus tenha misericórdia de nosso povo e de sua igreja.